Estrabismo é o desvio dos olhos, ou seja, quando os olhos não estão alinhados.
Os tipos mais comuns de estrabismo são os desvios convergentes, divergentes e verticais.
As opções de tratamento são os óculos, a cirurgia e a toxina botulínica. A cirurgia e a tocina botulínica (também conhecido como Botox) são seguras e eficazes e têm indicações baseadas na idade do paciente, no tamanho do desvio, presença de desvio vertical associado e presença de comorbidades (outras doenças). Crianças e adultos podem ser tratados e não há limite de idade.
Quais são os tipos de estrabismo?
Esotropia congênita
É o tipo de estrabismo em que os olhos estão virados para dentro, também chamado de desvio convergente e aparece ainda no primeiro ano de vida. Este tipo de estrabismo precisa ser corrigido precocemente. O ideal é que os olhos sejam alinhados entre 9-15 meses de vida.
Estrabismo acomodativo
É o desvio associado à hipermetropia alta ou moderada (geralmente acima de 3-4 graus) que aparece entre 2-3 anos de idade.
Para este tipo de estrabismo o tratamento é o uso dos óculos, em tempo integral. Pode ser necessário uso de tampão, se um dos olhos for preguiçoso (tiver ambliopia). E se mesmo com os óculos no rosto, a criança ainda desviar os olhos, pode ser necessária cirurgia de estrabismo.
A Esotropia totalmente acomodativa acontece quando a criança tem hipermetropia, em geral maior que 4 graus, e desvia os olhos para dentro quando está sem óculos. Porém, quando está com óculos, fica sem desvio.
O tratamento deste tipo de estrabismo são os próprios óculos. Mas nem sempre é fácil para os pais, já que sabem que seu filho sempre terá que usá-los, pelo menos durante a infância e a adolescência.
Consultas regulares com o oftalmologista e uma avaliação completa com a pupila dilata são essenciais para esse diagnóstico.
Esotropia adquirida
Outro tipo de estrabismo muito comum é o desvio convergente que ocorre sem relação com hipermetropia e aparece depois de 1 ano de idade. Recentemente temos visto este tipo de estrabismo relacionada ao uso excessivo de eletrônicos em crianças e adolescentes.
O tratamento pode ser com cirurgia ou toxina botulínica. Mas antes é necessário investigar a causa com exames de imagem do crânio.
Exotropia intermitente
É um dos tipos mais comuns de estrabismo no consultório. É aquele no qual os olhos desviam para fora quando a criança está distraída, olhando para longe, cansada ou irritada.
O tratamento principal é a cirurgia, mas a sua indicação vai depender da idade da criança, tamanho do ângulo de desvio e frequência do desvio. Em casos leves pode ser usado o tampão para “compensar” parcialmente o desvio e evitar o aparecimento da ambliopia (olho preguiçoso).
Outras formas de tratamento são as lentes corretivas, como óculos de grau com lentes negativas ou o tampão. Em casos em que o desvio é muito frequente e muito grande o melhor tratamento é a cirurgia, como já falado acima
Este desvio é muito comum e pode ser diagnosticado por um especialista, até mesmo em crianças pequenas. Caso seu filho apresente algum dos sintomas mencionados, procure um oftalmologista.
Exotropia sensorial
É o desvio que acontece por perda da visão em um dos olhos. Acontece em algumas pessoas com visão monocular. O ponto mais importante é ressaltar que, apesar de não ser possível recuperar a visão, é possível operar o estrabismo com grandes chances de sucesso no alinhamento ocular. O ganho em qualidade de vida nas pessoas operadas é inquestionável. Caso você apresente este problema, procure um especialista em Estrabismo.
Estrabismo vertical
Existem diversas causas de desvios verticais, ou seja, o olho que desvia para cima ou para baixo.
Um das causas mais comuns é a paralisia do quarto nervo craniano que pode ser congênita (a criança já nasce com o problema, mas pode apresentar os sintomas mais tardiamente ao longo da infância) ou devido à algum trauma da cabeça (como em quedas ou acidentes) e é mais comum em adultos. O tratamento é com cirurgia de estrabismo com excelentes resultados na grande maioria das vezes.
Como funciona a toxina botulínica no tratamento do estrabismo?
A Toxina botulínica pode ser usada no tratamento de tipos específicos de desvios oculares. Esta medicação foi desenvolvida por um médico americano especialista em Estrabismo, Dr. Alan Scott, justamente para o tratamento do estrabismo, apesar de hoje ser mais conhecido pelo seu uso na estética.
Esta medicação paralisa o músculo injetado e depois de passado seu efeito, o músculo recupera completamente sua função. A mudança no alinhamento dos olhos acontece porque durante a fase da paralisia, o músculo injetado alonga-se, enquanto seu opositor fica encurtado, levando a um alinhamento dos olhos em uma nova posição.
O efeito da toxina botulínica começa entre 2-5 dias após a injeção e dura em torno de 3 meses. Em adultos pode ser aplicado no consultório, com anestesia local e em crianças no centro cirúrgico com uma sedação.
Após a injeção, ocorre uma hipercorreção temporária do desvio, ou seja o olho vira para o lado oposto ao que estava desviado. Isso pode durar de 3-6 semanas e após este período, o olho fica alinhado.
Pode ocorrer queda da pálpebra (ptose) e um desvio vertical, ambos temporários decorrentes da injeção e que melhoram sozinhos. As complicações deste procedimento são raras.
As principais indicações do uso de toxina botulínica no estrabismo são: Esotropia congênita, paralisia do sexto nervo craniano, doença de graves e desvios pequenos.
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